Mas afora o futebol, eu tive em minha vida uma passagem que relacionou eu e minha família com Sócrates e com seus familiares.
Em 1988, depois de parar com o futebol, Sócrates assumiu a Secretaria de Esportes de Ribeirão Preto, oportunidade em que eu era presidente do Conselho Municipal de Desportos de Santiago.
Meu filho, Fabrício, acadêmico de medicina da URFGS, participaria de um congresso em Ribeirão e me pedira para arrumar um lugar para ele parar por alguns dias.
Eu não tinha coinhecimento de nenhuma unidade militar em Ribeirão Preto, mas como nunca deixara meu filho desamparado, numa atitude que surpreendeu até à mim, liguei para a residência do Sócrates, me identifiquei e contei a pequena história envolevendo a ida de meu filho para a sua cidade e, prontamente, ele tomou uma decisão. Ele me disse: "Jorge, eu não vou estar em Ribeirão, mas pode deixar que meu pai vai hospedar o Fabrício aqui. Fique tranquilo".
E assim foi. Fabrício foi recebido pelo pai de Sócrates, que foi apanhá-lo na rodoviária. Mas como depois eu descobri que em Ribeirão tinha a CSM (Circunscrição do Serviço Militar) e que tinha Hotel de Trânsito, direcionei o Fabrício para lá, agradecendo a atitude da família do Dr. Sócrates.
Este gesto eternizou a imagem de Sócrates em minha família. Tenho a mais firme convicção de que, o meu filho Fabrício, hoje médico e residente em Melbourne, na Austrália, continua grato ao Sócrates e ao seu pai pelo gesto. Todos estamos entristecidos pelo seu passamento, mas fica em nós a sua forte imagem de atleta e cidadão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário