Dassler Marques - 20/03/2012 - do site Olheiros do Futebol
A discussão ganhou força em janeiro. Surgiu nos próprios clubes, ganhou a mídia e, aparentemente, trouxe os organizadores à realidade. A Copa São Paulo, após seis anos como sub-18, deve ter novo limite de idade na próxima temporada. A informação trazida em primeira mão pelo colega Pedro Venancio é segura e o assunto já é discutido com força dentro da Federação Paulista, que deve anunciar a Copinha 2012 como sub-19.
A se oficializar, a mudança aumenta a vida útil do jovem jogador de base em um ano e não reduz a qualidade técnica do torneio. A mudança de sub-20 para sub-18, vale sempre recordar, foi tomada após a final de pouco brilho entre Comercial e o campeão América de Rio Preto. A formação teve André Zuba; Wellington Regis, Polly e Gilmar; Leandro Rincon, Jefferson, Elias Negão e Nenê ; Júlio César e Cristiano. Não havia craque ali, fica claro.
O mais importante em toda essa discussão é ver as administrações do futebol brasileiro em movimento e evolução no que diz respeito às categorias de base. O exemplo da Espanha campeã do mundo por seu trabalho de formação, assim como o Barcelona, o Uruguai e a Alemanha, deixaram clara a ideia de que é preciso dar mais carinho, estrutura e profissionalismo. Messi e Neymar personificam o raciocínio. É o que acontece no Brasil, de modo geral, nos últimos meses.
A começar pela criticada e criticável CBF, que parece definitivamente imersa em uma nova realidade ao menos no tocante à administração das seleções de base – o que tem direta ligação à dupla Mano Menezes e Ney Franco, ainda que com os tropeços até certo ponto esperados do time principal. A força máxima - com Neymar - no Sul-Americano Sub-20 2011 foi um indício de novo momento que tem se confirmado.
De uma só vez, em março, a CBF ainda venceu dois próprios graves erros de sua gestão na base em vários anos. Conseguiu vencer disputa internacional ao convocar Rafael Alcântara, ainda que o Barcelona tenha vetado sua liberação – será inevitável persistir para atrair ele e outros jogadores jovens de potencial que já estão no exterior. A contratação de dois treinadores em modo integral, tema aqui tratado há uma semana, foi outro tremendo avanço.
O que vem de cima, por aqui, tem irradiado nos clubes. O São Paulo reafirma sua filosofia ao contratar René Simões para trazer peso a seu trabalho de formação, o que já tem o Fluminense com Marcelo Teixeira. O Corinthians constrói CT e fortalece a captação. O Santos se refaz com a já quase selada contratação de Pita para ser diretor. O Flamengo vê Muralha, Luiz Antônio e Thomaz pedindo passagem (e que puxem Adryan e Lorran). O Botafogo está obcecado em revelar de novo. O Palmeiras tem ótimos times e o Inter mantém seu padrão altíssimo.
Além disso, há movimentações importantes, como o Grêmio e o Atlético-PR, que para tentar aumentar o período de formação e a vida útil e comercial de suas promessas, adotaram o sub-23. São mais evidências de que as discussões têm acontecido, o que deve ganhar mais corpo ainda a partir do seminário de coordenadores das bases em clubes das Séries A e B, promovido pela CBF no fim do próximo mês. É o Brasil, enfim, ladeira acima.
Nota do Blog: Em Santiago, durante a exitosa realização da 24ª Copa Santiago, dirigentes de equipes sugeriram ao Cruzeiro diminuir a idade dos atlteas. E agora ?
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