sábado, 22 de outubro de 2011

Futebol de Base – A dança de técnicos e diretores

Ricardo Leão e Maurílio Passini estão fora do América-MG






As categorias de base do América Mineiro vivem um de seus períodos mais vitoriosos da história recente. A campanha na Copa São Paulo de 2011, quando o time chegou às semifinais da competição, foi apenas o resultado de maior repercussão. Nos últimos três anos, o clube acumulou oito títulos na base, além de revelar bons valores, encabeçados pelo lateral Danilo, vendido ao Santos e que recentemente chegou à seleção principal.
Um dos principais responsáveis por essa boa fase foi o técnico da equipe juvenil, Ricardo Leão de Andrade. Formado em Educação Física pela UFMG e cursando mestrado em Ciências do Esporte na mesma instituição, trabalhou no Social Olímpico Ferroviário, de Belo Horizonte, e no futsal do Minas Tênis Clubes antes de ser contratado pelo América, em 2008. Antes de chegar ao sub-17, treinou a equipe infantil, conquistando ainda naquele ano o Campeonato Mineiro Sub-15.
No ano seguinte, passou a comandar os juvenis. Já em 2009, foi vice-campeão da Copa Santiago e campeão da Norhalne Cup, disputada na Dinamarca, enquanto em 2010 conquistou a Copa Integração Juvenil. Na categoria, Ricardo foi eleito o melhor técnico da Copa Santiago em 2009 e 2011, quando caiu na segunda fase. Permaneceu no América até o fim de setembro, deixando o clube após divergências com a diretoria.
Em entrevista ao Olheiros do Futebol, Ricardo Leão de Andrade comentou o trabalho desenvolvido nas categorias de base do Coelho ao longo dos últimos três anos. Além disso, também falou sobre o peso que competições como a Taça Belo Horizonte e a Copa Santiago têm para o clube, bem como a melhor forma de superar as diferenças com Atlético e Cruzeiro e tornar times menores de Minas Gerais competitivos nos torneios estaduais.
Olheiros - Qual a representatividade do resultado obtido pelo América Mineiro na Copa Santiago deste ano? Qual efeito a campanha, somada à boa colocação na Copa SP, gerou dentro do clube?
Ricardo Leão de Andrade - Acredito que a representatividade do trabalho em Santiago não esteja apenas na campanha deste ano, mas sim na seqüência de resultados, de jogadores revelados e, sobretudo, do bom futebol apresentado, ao longo das últimas 3 edições em que o América participou. Fomos vice-campeões em 2009, tivemos a segunda melhor campanha da primeira fase em 2010, quando fomos eliminados pelo Gama nas quartas de final e, em 2011, chegamos às semifinais, sendo eliminados pelo Internacional nas penalidades. O Inter estava invicto há mais de três anos na competição e, nesta edição, conseguimos quebrar esta invencibilidade na primeira fase do Torneio.
Dentro do Clube, no entanto, a campanha repercutiu pouco. Primeiramente porque o Juvenil já vinha de bons resultados ao longo da temporada e uma boa campanha em Santiago era esperada por todos, quase como uma obrigação. Em segundo lugar, porque o América, depois de 10 anos de ausência, conquistou o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro no final de 2010, o que fez com que praticamente todas as atenções dentro do Clube se voltassem para a equipe profissional.
Olheiros - Quais as diferenças na preparação para um campeonato internacional, como a Copa Santiago? Houve algum trabalho específico antes dos confrontos com paraguaios e uruguaios?
Ricardo Leão de Andrade - Tivemos um período de preparação conturbado em Minas, antes da viagem para o Sul. Choveu bastante em dezembro, o que prejudicou muito os campos e, conseqüentemente, os treinamentos. Ainda, na volta do feriado de Natal, quatro jogadores da equipe se envolveram em um acidente de carro. Um deles, o Lucas, não resistiu e faleceu, e dois ficaram feridos a ponto de não poderem viajar. Somente o Miguel recebeu autorização médica para jogar, mas é claro que o trauma o deixou fora de suas melhores condições técnicas. Assim, faltou paz e não conseguimos nos preparar adequadamente. A boa campanha foi fruto mais do processo, do longo tempo de trabalho com a equipe, e da superação dos jogadores, do que da preparação específica para a competição.
Em relação aos confrontos com paraguaios e uruguaios, o nosso trabalho se resumiu a conversas e apresentação de vídeos. Devido à fórmula de disputa da Copa Santiago este ano, jogamos oito partidas em 15 dias. Não há como treinar durante a competição, quando o tempo de recuperação entre os jogos é tão curto. O que posso dizer é que, para quem observou atentamente a participação das equipes portenhas em Santiago, principalmente de Danúbio e Defensor, a excelente campanha da seleção uruguaia no Mundial Sub-17 não foi nenhuma surpresa.


Matéria transcrita do Olheiros do Futebol - Parte da entrevista concedida a: Leandro Stein no dia de hoje

Obs:> Vira e mexe e a Copa Santiago sempre é lembrada.

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Cubro todo o esporte amador, mas este Blog surgiu da necessidade de se ter um maior espaço para a divulgação da atividade no Vale do Jaguari. Como a coisa tomou vulto enveredei para a cobertura da Copa Sub 17 FGF. Tudo graças a bela campanha do Cruzeiro Esporte Clube. Daí para outros temas do amador foi um passo............